quinta-feira, 28 de maio de 2015


e aí, no conforto da minha casa de condomínio, leio no the guardian sobre uma banda de kent que faz eu me sentir nos anos 90 e faz um som que já foi feito algumas várias vezes... mas me deixa na minha onda tiazinha metida a punk tomando bloody mary na frente da lareira, vai?


terça-feira, 26 de maio de 2015

achei que era chocolate que eu queria, mas não era.
tudo só piorou.
tem sol lá fora?
preciso trabalhar.
não reclamo, gosto de trabalhar, só queria que minha cabeça parece de pensar em milhões de outras coisas. ajudaria, agradeço.
o que eu queria não é mais o quer quero.
não sei o que quero mas sei o que queria.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

gosto das marcas circulares que os copos suados deixam nas mesas de madeira
não suporto coisas novas:
a camisa ainda com todos botões,
o carro que nunca foi batido,
a pele que nunca foi cortada.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

falo muito. nunca o que quero falar. nunca o que importa. as palavras que quero falar me parecem óbvias e deveriam ser óbvias para todos, além disso, se eu as falasse perderiam sua magia. palavras são mágicas, mas perdem a magia quando pronunciadas. queria que soubessem o que é óbvio em mim sem que eu precise dizer. as palavras se acumulam dentro de mim. não como mágoa. não como um fardo. como uma biblioteca que não sei bem onde se localiza. vou ao médico e ele diz que preciso tirar o útero porque tenho miomas. tenho vontade de gritar, "não são miomas, são palavras". então é no útero. convenço agora o médico a retirar essa carga de palavras antigas, mas deixar o útero para que eu possa novamente enche-lo de palavras.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

a questão é que, na hora de ir embora, ela olhou pra trás. olhou pra trás e virou estátua de sal. parte dela morreu ali, sua alma ali se transformou em sal. a parte que sobreviveu vaga por aí, sem alma, se agarrando a qualquer um, a qualquer coisa e esperando o inominável.